Ao longo das últimas
décadas, a chamada “sociedade de consumo” foi-se, de forma kafkiana, metamorfoseando
em “sociedade do desperdício”. Vivemos, verdadeiramente, na Era do Lixo. Quem
passeie na orla marítima não pode deixar de ficar assoberbado com a quantidade assustadora
e abismal de lixos, borracha, plásticos e outros materiais sintéticos que o Oceano
regurgita de volta à terra. Os dados dos estudos internacionais são ainda mais
horripilantes: perto de 12 milhões de toneladas de lixos são arremessadas aos
oceanos todos os anos; estima-se que a “Grande Mancha do Pacífico”, um enorme
aglomerado de plásticos reunidos pelas correntes oceânicas, tenha cerca de 1,6
milhões de quilómetros quadrados; e os microplásticos já se encontram hoje na
cadeia alimentar. Esta batalha contra a cultura do descartável, em que nada tem
valor e tudo é lixo, é, juntamente com o combate às alterações climáticas, a missão
mais importante do nosso tempo. Recentemente, o Parlamento regional aprovou uma
proposta do PS para acabar com os plásticos descartáveis nas ilhas. É um
louvável passo na tentativa de resgatarmos o futuro. Resta saber se ainda vamos
a tempo…
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019
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