Da maturidade
Com 45 anos, feitos hoje, a pergunta que se impõe é se a
nossa Democracia atingiu, ou não, a maturidade? Terá, o País, alcançado o
desiderato da constituinte de uma “sociedade
livre, justa e solidária”? Descolonizamos. Construímos a base de um Estado
Social, com educação, saúde, protecção social, universais. Garantimos os
princípios básicos da liberdade de opinião e de associação. Mas, chegados à
meia-idade, falhamos, se calhar, no essencial – “a realização da democracia económica, social e cultural e o
aprofundamento da democracia participativa”. Vivemos na ditadura da
partidocracia, em que a teia obscura dos interesses económicos se confunde com
os interesses dos agentes políticos. Os partidos aproveitam-se do Estado, meramente
para se perpetuarem no poder, no frenesim dos ciclos eleitorais e ignoram o fundamental:
a emancipação efetiva dos cidadãos, o seu desenvolvimento económico e social e
a construção de uma sociedade, realmente, inclusiva e próspera. Esta
“democracia” é, hoje, como aqueles “jovens” que se vão deixando ficar em casa
dos pais, bem para lá do fim dos estudos, saltitando precariamente entre empregos,
vivendo de salários mínimos e outros esquemas, como a prostituição dos “recibos
verdes”, nunca chegando, verdadeiramente, a ser livres…
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