quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Café Royal CXLV


Do alheamento

Uma semana depois da passagem implacável do furacão Lorenzo pelos Açores, o Porto das Lajes, que foi arrasado pela força bruta do mar, deverá em breve retomar, parcialmente, a sua operação. Este facto deve-se à resiliência da população das Flores e, ao esforço conjunto das autoridades regionais, da Portos dos Açores e, principalmente, da Marinha Portuguesa. Não fosse a imediata prontidão, a capacidade técnica, logística e humana da Marinha e a Autonomia, per si, não teria a capacidade de tão rapidamente minimizar os danos causados pela tempestade. Este é um exemplo básico de “solidariedade nacional” e daquilo que o Estado faz pela população. No entanto, no passado Domingo, os Açorianos, pareceram alhear-se deste facto e brindaram o País com a maior taxa de abstenção de sempre. O Presidente do PS fez questão de dizer, na noite das eleições, que a abstenção, hoje, nos Açores, é inaceitável. Mas, quando a população parece desrespeitar por completo aquilo que o País faz por si e culpa os políticos por esse alheamento, como explicou um estudo que foi engavetado no parlamento regional, e os próprios políticos estão narcisicamente enleados nas suas fotos no Facebook, a esperança de que se possa mudar esta realidade é quase nula…


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