Do alheamento
Uma semana depois da passagem implacável do furacão Lorenzo
pelos Açores, o Porto das Lajes, que foi arrasado pela força bruta do mar,
deverá em breve retomar, parcialmente, a sua operação. Este facto deve-se à resiliência
da população das Flores e, ao esforço conjunto das autoridades regionais, da Portos
dos Açores e, principalmente, da Marinha Portuguesa. Não fosse a imediata
prontidão, a capacidade técnica, logística e humana da Marinha e a Autonomia, per
si, não teria a capacidade de tão rapidamente minimizar os danos causados
pela tempestade. Este é um exemplo básico de “solidariedade nacional” e daquilo
que o Estado faz pela população. No entanto, no passado Domingo, os Açorianos, pareceram
alhear-se deste facto e brindaram o País com a maior taxa de abstenção de
sempre. O Presidente do PS fez questão de dizer, na noite das eleições, que a
abstenção, hoje, nos Açores, é inaceitável. Mas, quando a população parece
desrespeitar por completo aquilo que o País faz por si e culpa os políticos por
esse alheamento, como explicou um estudo que foi engavetado no parlamento
regional, e os próprios políticos estão narcisicamente enleados nas suas fotos
no Facebook, a esperança de que se possa mudar esta realidade é quase nula…
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