Protestos
Nos últimos tempos, um pouco por todo o mundo, os cidadãos,
ou, como se diz em ciência política, o Povo, saíram à rua: os independentistas na
Catalunha, os “coletes amarelos” em França, os democratas em Hong Kong, os
reformistas no Chile, os confundidos, de um lado e do outro, do Brexit, e os
órfãos das alterações climáticas à escala global. Numa Era de indignações
digitais, de petições à lá minute, de revoltas de Twitter, perceber que
as sociedades, as comunidades, ainda são capazes de se organizar e dar a cara
em protestos públicos vivos e corajosos é um motivo de satisfação para qualquer
democrata. O protesto e a sua manifestação pública são uma forma de expressão
da vontade popular e, não é preciso saber de filosofia, para compreender que a
vontade popular é a raiz fundamental de toda e qualquer Democracia. Num mundo com
cada vez mais desigualdades, entre ricos e pobres, entre geografias e
continentes, entre eleitos e eleitores, até mesmo entre gerações, a Voz do Povo,
esteja ela em ruído na rua ou no falso silêncio da abstenção, assume cada vez
maior importância e não vale a pena fazer de conta que não se está a ouvir ou,
pior, reagir com despeito e arrogância àquilo que não se gosta de ouvir…
Sem comentários:
Enviar um comentário