quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Café Royal CXLVIII


Protestos

Nos últimos tempos, um pouco por todo o mundo, os cidadãos, ou, como se diz em ciência política, o Povo, saíram à rua: os independentistas na Catalunha, os “coletes amarelos” em França, os democratas em Hong Kong, os reformistas no Chile, os confundidos, de um lado e do outro, do Brexit, e os órfãos das alterações climáticas à escala global. Numa Era de indignações digitais, de petições à lá minute, de revoltas de Twitter, perceber que as sociedades, as comunidades, ainda são capazes de se organizar e dar a cara em protestos públicos vivos e corajosos é um motivo de satisfação para qualquer democrata. O protesto e a sua manifestação pública são uma forma de expressão da vontade popular e, não é preciso saber de filosofia, para compreender que a vontade popular é a raiz fundamental de toda e qualquer Democracia. Num mundo com cada vez mais desigualdades, entre ricos e pobres, entre geografias e continentes, entre eleitos e eleitores, até mesmo entre gerações, a Voz do Povo, esteja ela em ruído na rua ou no falso silêncio da abstenção, assume cada vez maior importância e não vale a pena fazer de conta que não se está a ouvir ou, pior, reagir com despeito e arrogância àquilo que não se gosta de ouvir…


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