Guerra
É a expressão mais utilizada para descrever esta crise. A metáfora
é má, mas é simplista o suficiente para uso político. Importa, então, saber que
guerra é esta? Quem é o inimigo? Que generais temos, que armas e estratégias usam?
E, mais importante de tudo, por que razão lutamos e para defender o quê? Ao Governo,
tudo parece claro e a resposta fácil: o inimigo é o vírus, põe-se a vida normal
em pausa e a economia em coma (esperando que um milagre as possa reanimar) e
assim salvam-se vidas. No entanto, o vírus tem, felizmente, uma taxa de
letalidade a rondar o 1% e rapidamente percebemos que a verdadeira batalha é pela
sobrevivência do SNS perante um inimigo que há muito havia sido anunciado e, o
pior, que os nossos sucessivos governantes escolheram precisamente deixar falir
o Estado Social para salvar a Banca e o Capital, tal como estão a fazer agora.
As guerras travam-se não apenas para salvar vidas, mas para defender ideais e para
lutar por formas e estilos de vida. Ora, foi exactamente o nosso “estilo de
vida” o primeiro a morrer nesta guerra. O que vai nascer dos escombros é uma
incógnita. A única certeza é que só dependerá de nós e das escolhas, solidárias,
que fizermos.
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