Nos últimos dias muito se
falou de dignidade da pessoa humana, reduzindo-a, estupidamente, à fronteira da
morte, como se esta fosse um instante singular no percurso da vida. Legislar
sobre a liberdade de escolha pela eutanásia, tal como pelo aborto, não pode ser
o mesmo que decretar sobre o valor das assinaturas de arquitectos e engenheiros.
Aquilo que os partidos da Geringonça (menos o PCP e mais o Sr. do PAN…) tentaram
fazer, numa questão essencial, de liberdade individual do cidadão - decidir
sobre a sua própria morte - foi em todos os sentidos indigno porque
absolutamente antidemocrático. A pequena golpada de querer fazer passar uma lei
fundamental sem aviso, sem escrutínio popular e sem o debate público de um
referendo, apenas teve como resultado a morte deste assunto no futuro próximo. As
democracias deviam ser lugares de respeito, de dignidade, entre eleitos e
eleitores. Querendo decidir sozinhos, sem um debate esclarecido e alargado, os
partidos “eutanasiaram” a eutanásia… É pena, porque este assunto merecia ser
tratado com a mesma dignidade que se pretendia dar ao terminar da vida.
Liberdade de imprensa: para além dos rankings
Há 10 horas
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