Porque
homenageamos pessoas? Porque exaltamos, de entre todos, alguns de nós? E de que
forma o fazemos e com que intuito? O gesto honorífico, assuma ele a forma que
tiver, é, ou deveria ser, uma valorização dos indivíduos que por mérito se superaram
e cujo exemplo queremos
recordar. Nas mais diversas áreas, das mais diversas formas, da arte à ciência,
da bravura à abnegação, contribuindo assim para o engrandecimento de todos nós.
Desde tempos imemoriais que só as figuras cimeiras se destacavam. O guerreiro,
o feiticeiro, a mãe, e não necessariamente por esta ordem, foram os primeiros
merecedores de exaltação, destacando-se assim nas hierarquias sociais. Mas, nesta
era do efémero, já nada se sobreleva e tudo ou qualquer um pode ser homenageado.
Damos comendas a arguidos de corrupção, nomes de ruas a pessoas vivas,
multiplicamos pequenas honrarias em que nem escapa o cão. Numa sociedade supostamente
republicana, obrigaria a ética que as prebendas fossem parcimoniosa e prudentemente
ofertadas. Celebrarmos os nossos maiores é um gesto de civilização. Despender excitadamente
honras, como quem faz likes no
Facebook, é vulgarizar esse gesto e ridicularizar os próprios sujeitos da homenagem
seja ela o batismo de um aeroporto ou o pífio branding de um avião.
Profissionais da indignação
Há 2 horas
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